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Roraima tem quase três apagões de energia por mês

O MME reconhece os blecautes, mas registra somente 13 apagões no ano, ante 17 do período de janeiro a junho de 2016. “Houve uma redução de 20% nos cortes”, informou o MME, explicando que as quedas demoravam em média 1h05 e agora têm duração (média) de 37 minutos. De acordo com o MME, entre 2015 e 2017, 90% das interrupções ocorreram na linha Brasil-Venezuela, sendo que em 2017 o linhão da barragem de El Guri foi responsável por 93% dos cortes.
Enquanto o setor elétrico brasileiro discute um plano de privatização de hidrelétricas até 2019, com a abertura nesta semana de uma consulta pública pelo Ministério de Minas e Energia, o produtor rural Teotônio Vieira de Matos, dono de um laticínio em Cantá, município 100 quilômetros ao sul de Boa Vista, a capital de Roraima (RR), lamenta os apagões de até 84 horas que o impedem de fazer a ordenha de suas vacas. É que Roraima é o único Estado brasileiro que não é ligado ao Sistema Integrado Nacional (SIN) de energia e vive com seus 515 mil habitantes sob risco dos cortes de luz ameaçado pela atual crise política e econômica que assola o país vizinho.
Pelos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o tempo de duração das quedas de energia em Boa Vista, medido pelo indicador de qualidade DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora), é o dobro do limite para a região. E o índice FEC (Frequência Equivalente de Interrupções por Unidade Consumidora), ou seja, a quantidade de cortes no sistema, também supera o limite tolerado. Entre maio de 2016 e maio deste ano, o consumidor de Boa Vista ficou 27 horas sem luz em 54 cortes de energia.

Outro indicador da baixa qualidade do fornecimento de energia no Estado é o ranking IASC, da própria Aneel. Ele mede a satisfação do consumidor com o serviço. Entre 101 empresas fornecedoras de energia no País, em 2016, a Eletronorte de Roraima, administradora da energia entregue pela estatal venezuelana Corpoelec, responsável pela geração na usina do Rio Caroni, ocupou a posição 85 do ranking de satisfação com nota 58,61. A primeira colocada foi a Cermissões, com nota 89,38.

O governo brasileiro importa da Venezuela 85% da energia consumida em Roraima pagando R$ 146 milhões (maio de 2016 a maio/2017). O Estado ainda tem de queimar R$ 1 bilhão por ano em óleo diesel com termoelétricas para tentar garantir o abastecimento comercial e doméstico. Segundo dados da Empresa de Pesquisas de Energia (EPE), do Ministério de Minas e Energia (MME), Roraima registrou 36 apagões em 2016 e já teve 17 cortes em 2017.

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